16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher

16diasdeativismoO Brasil antecipou o início da campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher” para o dia 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra pelo reconhecimento histórico da opressão e discriminação contra a população negra e, especialmente, às mulheres negras brasileiras que têm suas vidas marcadas pela opressão de gênero, raça e classe social.

Pensando na importância da campanha a Articulação Popular de Mulheres de Campinas criou uma agenda coletiva de atividades:

Programação

  • 24/11, às 19h, Salão Vermelho na Prefeitura – Audiência Pública sobre Juizados Contra Violência às Mulheres
  • 28/11, 17h às 22h, Rua Professora Carolina Souza Barros, 87, Jd. Monte Cristo (Quilombo Urbano O.M.G.) – Sarau das minas: Vozes da FavELA
  • 29/11, Rua Corumbataí, 223, Jd. Itatinga (Campanha-SP) – Desfile+Bazar: Associação Mulheres Guerreiras de Profissionais do Sexo Unid@s pelo Respeito
  • 5/12, Rua Professora Carolina Souza Barros, 87, Jd. Monte Cristo (Quilombo Urbano O.M.G.) – Roda de Conversa sobre Saúde da Mulher com Mametu Kuianikewá
  • 6/12 (ônibus 192 – descer no atacadão do doce) – Desfile Mulheres Comunidade Menino Chorão (Oficina Cultural da Mulher Menino Chorão)

A programação é organizada por: Flores do DIC, Mulheres Nova Mercedes, Nova Bandeirantes, Guará, Gleba B, Campos Elíseos, Comunidade Menino Chorão, Associação Mulheres Guerreiras de Profissionais do Sexo, Mulheres Ocupação Joana D’arc e Mulheres Quilombo Urbano O.M.G. Com apoio da Associação de Promotoras Legais Populares de Campinas e Região Metropolitana.

Violência contra a mulher

Neste mês de novembro, no qual a luta contra a violência às mulheres se expressa no mundo todo foi inaugurado o Boletim da Articulação Popular de Mulheres De Campinas E Região Metropolitana.

A nossa articulação foi criada ao longo deste ano, a partir de uma Vivência entre Mulheres de várias localidades: ocupações, favelas e bairros.

O objetivo é dar visibilidade à luta das mulheres para que vivam bem e com dignidade. Sendo suas principais bandeiras: a ampliação de políticas de moradia; melhoria nos centros de saúde com atendimento humanizado; escolas de qualidade e próximas de suas casas; implantação de novas Delegacias de Defesa das Mulheres; abrigos para mulheres vítimas de violência e Juizados Contra a Violência, para que os processos sejam julgados de forma mais rápida e eficaz; programas de geração de renda e cultura nos bairros, para que a autonomia financeira e a expressão artística contribuam no fortalecimento e fim da violência contra as mulheres, entre outras lutas.

Feminicídio 

A naturalização da violência contra a mulher acaba não tendo relevância, já que a violência em geral no país é uma problemática complexa. No entanto quando analisamos a história do país e do mundo com relação à desigualdade entre homens e mulheres (econômica, política e social) é possível compreender melhor porque a maior violência que a mulher sofre é a doméstica, praticada por um homem, seja ele pai, tio, irmão, avô ou companheiro.

A Flacso Brasil lançou um estudo denominado “Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil”, segundo o qual entre 2003 e 2013, o número de vítimas do sexo feminino passou de 3.937 para 4.762, incremento de 21% na década. Essas 4.762 mortes em 2013 representam 13 homicídios femininos diários.

E as mulheres de Campinas?

O Boletim nº 8 do Sistema de Notificação de Violência (SISNOV-Campinas) mostra que entre 2009 e 2014, de 6.649 notificações de violência 4.838 são contra mulheres, apontando como principal agressor esposo/companheiro/ex-cônjuge.

No entanto, os dados apresentados revelam apenas a superficialidade dos casos, pois observa apenas situações de violência que levaram à necessidade da mulher acessar algum serviço da rede como serviços de segurança, assistência ou saúde (pública ou privada), contudo essa realidade é muito mais cruel porque no cotidiano a maioria das violências não são notificadas/registradas/noticiadas. Muitas mulheres agredidas não denunciam por medo e/ou vergonha, além disso, apenas a violência que deu início ao atendimento é contada, considerada como “principal violência”, sendo que, majoritariamente, as mulheres sofrem com mais de um tipo delas (física, psicológica, sexual).

Apenas uma morte foi notificada no período de elaboração do Boletim SISNOV nº 8, outro dado questionável já que, no cotidiano da periferia ocorrem muitos outros assassinatos de mulheres sem ser noticiados. No fim do ano passado oito mulheres foram encontradas mortas à beira da Rodovia Miguel Melhado, bairro Campo Belo em Campinas, nenhum jornal noticiou.

O Boletim SISNOV também não contribuiu para gerar ou ampliar políticas de prevenção e proteção à mulher violentada no município, porque mais do que informar dados, pensar como vamos enfrentar o problema deveria ser o foco.

Fonte: divulgação do coletivo Promotoras Legais Populares

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